quarta-feira, 21 de novembro de 2007



Os pecados são todos meus


Deus sabe a minha confissão


Não há o que perdoar Por isso mesmo é que há De haver mais compaixão

Quem poderá fazer Aquele amor morrer Se o amor é como um grão!


Morrenasce, trigo Vivemorre, pão



Gilberto Gil

domingo, 18 de novembro de 2007

Diz o meu nome

pronuncia-o

como se as sílabas te queimassem os lábios


sopra-o com a suavidade


de uma confidência


para que o escuro apeteça


para que se desatem os teus cabelos


para que aconteça.




Porque eu cresço para ti


sou eu dentro de ti


que bebe a última gota


e te conduzo a um lugar


sem tempo nem contorno




Porque apenas para os teus olhos


sou gesto e cor


e dentro de ti


me recolho ferido


exausto dos combates


em que a mim próprio me venci.


Porque a minha mão infatigável


procura o interior e o avesso


da aparência.




Porque o tempo em que vivo


morre de ser ontem


e é urgente inventar


outra maneira de navegar


outro rumo outro pulsar


para dar esperança aos portos


que aguardam pensativos.


No húmido centro da noite


diz o meu nome


como se eu te fosse estranho


como se fosse intruso


para que eu mesmo me desconheça


e me sobressalte


quando suavemente


pronunciares o meu nome


(Mia Couto)

As curvas no caminho,
meus olhos tão distantes

Eu quero te mostrar os lugares que encontrei

Como o céu pode mudar de cor quando encontra o mar

Um sonho no horizonte, uma estrela na manhã

De repente a vida pode ser uma viagem

E o mundo todo vai caber nesta canção

Vou te pegar na sua casa, deixa tudo arrumado
Vou te levar comigo pra longe

Tanta coisa nos espera, me espera na janela

Vou te levar comigo

Eu quero te contar as histórias que ouvi

E nas diferenças vou te encontrar


O amor vai sempre ser amor em qualquer lugar

Vou te pegar na sua casa, deixa tudo arrumado


Vou te levar comigo pra longe


Tanta coisa nos espera, me espera na janela


Vou te levar comigo.



Biquini Cavadão

Tuas até morrer

O que há dentro do meu coração
Eu tenho guardado pra te dar
E todas as horas que o tempo
Tem pra me conceder
São tuas até morrer.

E a tua história,eu não sei
Mas me diga só o que for bom
Um amor tão puro que ainda nem sabe
A força que tem
é teu e de mais ninguém


Te adoro em tudo, tudo, tudo
Quero mais que tudo, tudo, tudo
Te amar sem limites
Viver uma grande história


Aqui ou noutro lugar
Que pode ser feio ou bonito
Se nós estivermos juntos
Haverá um céu azul

Um amor puro
Não sabe a força que tem
Meu amor eu juro
Ser teu e de mais ninguém
Um amor puro.


Djavan

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo

Com sabor de fruta mordida

Nós na batida, no embalo da rede

Matando a sede na saliva


Ser teu pão, ser tua comida

Todo amor que houver nessa vida

E algum trocado pra dar garantia



E ser artista no nosso convívio

Pelo inferno e céu de todo dia

Pra poesia que a gente não vive

Transformar o tédio em melodia



Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida, e algum veneno antimonotonia



E se eu achar a tua fonte escondida

Te alcanço em cheio, o mel e a ferida

E o corpo inteiro como um furacão

Boca, nuca, mão e a tua mente não


Ser teu pão, ser tua comida, todo amor que houver nessa vida, e algum remédio que me dê alegria


Frejat/Cazuza

domingo, 4 de novembro de 2007

Namorada










Se você quer ser minha namorada
Ai que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ter
Você tem que me fazer






Um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porque





E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos tem que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem de ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira




No infinito de nós dois






Vinícius de Morais

sábado, 3 de novembro de 2007

Ave Coração

Eu sei que existe por ai uma andorinha solta
Procurando um verão que se perdeu no tempo
Cansou de ser herói do espaço
E quer a companhia de outros pássaros
É que seu coração de ave, não agüenta tanta solidão




Eu sei que eu ando por ai, sou andorinha solta
E nem sei a estação em que estou vivendo

Não quero ser herói de nada
Só quero a companhia de outros braços
É que meu coração de homem, voa alto como um pássaro


Clodê & Zeca Bahia