Ah! não chores por mim, quando eu tiver morrido,
senão enquanto, soturno e triste, o sino soluçar
Dizendo ao mundo vil que dele, enfim, hei partido
Entre os vermes, mais vis ainda, irei morar;
Não, não te lembres, se tu leres estas rimas, da mão que as escreveu;
porque eu te adoro, e tanto, que chego a preferir da mente me suprimas,
se ao pensares em mim te amargurar o pranto.
Se estes meus versos - digo - olhares algum dia,
quando eu tiver com a argila a carne confundida,
não murmures sequer meu nome sem valia,
Mas deixa teu amor findar com minha vida;
Não vendo tua mágoa, o sábio mundo, assim,
Não zombará de ti servindo-se de mim.
senão enquanto, soturno e triste, o sino soluçar
Dizendo ao mundo vil que dele, enfim, hei partido
Entre os vermes, mais vis ainda, irei morar;
Não, não te lembres, se tu leres estas rimas, da mão que as escreveu;
porque eu te adoro, e tanto, que chego a preferir da mente me suprimas,
se ao pensares em mim te amargurar o pranto.
Se estes meus versos - digo - olhares algum dia,
quando eu tiver com a argila a carne confundida,
não murmures sequer meu nome sem valia,
Mas deixa teu amor findar com minha vida;
Não vendo tua mágoa, o sábio mundo, assim,
Não zombará de ti servindo-se de mim.
William Shakespeare